Enrique María de Aribas y Turull

En el año 1913, se daba a la estampa en Madrid, un folleto reproduciendo la conferencia en el Ateneo, «Cristóbal Colón, natural de Pontevedra».

Abogado que defendío la tesis de La Riega. lo nombra Enrique Zás
Rafael Calzada: Que dió en España brillantes conferencias ocupándose extensamente del asunto.


«Diputado por Cuenca 1916.- Ahí por fins de Abril de 1914 — como, decerto, toda a gente se lembrará ainda —o sr. dr. D. Enrique de Arribas y Turull, advogado galego, efectuou, na ampla sala Portugal da Sociedade de Geografia, de Lisboa, uma conferência subordinada ao título estrondoso: Cristobal Colon, natural de Pontevedra. Nessa celebérrima conferência — não será descabido, talvez recordar aqui de novo — o orador preconizava a teoria moderna da naturalidade galaica do descobridor da América, segundo os trabalhos históricos do seu conterraneo D. Celso Garcia de La Riega, que fôra o primeiro a proclamar a novidade no seu livro Colon Español: Para firmar melhor a sua argumentação, D. Enrique Turull referiu-se, largamente, a uns documentos antigos, descobertos por D. Garcia de La Riega, manuscritos de grande valor — segundo a sua maneira de vêr — por se achar consignado nêles o facto incontroverso da naturalidade galaica do denodado nauta que deu um novo mundo ao mundo. E — verdade, verdade — êsses documentos referentes na sua maioria, aos Colons de Pontevedra, citados pelo conferencista, produziram uma viva emoção no culto auditório dessa noite memorável. Mais ou menos, os ouvintes sentiram-se abalados e propensos a acreditar nessa espantosa documentação, pois vinte e um documentos, vinte um pergaminhos amarelecidos pelos séculos, vinte e um manuscritos gatafunhados da era de 1413 a 1529, afirmando e comprovando a esplanada teoria, não são coisas para desprezar e pôr em dúvida! De resto, todos os membros conhecidos da família do denodado nauta figuravam nêsses documentos célebres: os irmãos, os filhos e até o proprio pai e a mãe!… Eu tive conhecimento dos assuntos tratados nessa conferência apenas pelo relato dos jornais do dia seguinte. Achei comprovações excessivas, analogias demasiadamente flagantes, tópicos singularmente palpáveis, e éssa superabundância de documentos autênticos fez-me nascer uma suspeita… Ruminando-a, durante algum tempo, procurei maneira de me poder informar, o mais detalhadamente possível, do conteúdo dêsses famosos documentos de Pontevedra, e quando o consegui, em parte, pareceram-me tão deficientes, tão vagos, tão poblematicos, tão despidos de importância e interêsse, que me enchi de coragem para estudar o complexo problema colombino e reivindicar para Portugal a glória de ter dado ao mundo o marinheiro ilustre que descobriu a América. Em Agosto dêsse ano, porém, estalou a guerra europeia, emocionando o mundo inteiro. Fui forçado a suspender os meus estudos colombinos, os meus trabalhos de investigação histórica sobre o assunto, durante o tempo que estive ausente da metrópole, durante os meses que permaneci em Mossamedes fazendo parte da expedição do Sul de Angola, contra os alemães. Quando regressei de África — em Maio de 1915, por motivo dum desastre, — continuei desde logo, na tarefa que com tanto gôsto e afinco encetára. Os famosos documentos dos Colons espanhois não me intimidavam, tanto mais que a suspeita continuava a ferroar-me como um caruncho obstinado… e o meu espírito, anciadamente, previa uma torpeza! Ah! se eu pudesse ir á Galiza vêr, rebuscar, analisar, meter o naris nos papeis de Pontevedra — pensava de contínuo, de mim para comigo. No entanto, ia trabalhando sempre com ardor, com fé, com entusiasmo. E, final mente, em 23 de Novembro dêsse mesmo ano, consegui apresentar na Academia de Sciências de Portugal a minha memória sobre O carácter misterioso de Colombo e o problema da sua nacionalidade, em que refutava a pretendida nacionalidade espanhola do imortal nauta, opondo, honestamente, uma novíssima argumentação portuguesa. Transcrevo, em seguida, a resposta que nessa memória dei ao sr. Arribas y Turull sôbre o assunto em questão:

«Colombo é espanhol, nasceu em Pontevedra, — afirma-se. «Quem primeiro o afirmou, em terras de Espanha, foi Celso Garcia de La Riega, erudito investigador histórico; e foi o sr. dr. D. Enrique Maria de Arribas y Turull — distinto advogado — que veio preconizar na nossa terra, por meio de conferências publicas efectuadas em Lisboa e Pôrto, esta verdade evidente, segundo a sua maneira de vêr.» «Ora eu — que a época me encontrava em Beja, absorvido nas ocupações da minha vida profissional, — não assisti a essas interessantes prelecções, mas adquirindo há tempo o livro que o ilustre conferente publicou sôbre o assunto, li-o atentamente, e tão atentamente o li que não posso deixar de refutar certas afirmativas exóticas que na referida obra são feitas, em especial, nas referências directas ao nosso país.([1]) «Depois de, para defesa da sua tese, ter apontado algumas analogias de nomes entre as terras baptisadas por Colombo, no Novo Mundo, e uma igreja — San Salvador, uma bahia — Puerto Santo, — uma praça, — La Galea — e quatro confrarias de Pontevedra, — San Miguel, Santa Catalina, San Nicolás e San Juan Bautista — mas sem se recordar, talvez, de que «sôbre simples homonímias no se puede cimentar nada solido en la história» — como tão criteriosamente disse Garcia de La Riega ([2]) acrescenta o sr. Turull a pág. 77 do seu curiosissímo livro: «De todo lo expuesto deducimos, que ni una sola vez se le ocurre a Colon imponer a sus descubrimientos un nombre italiano o portugués, o que por lo menos recuerde cosa alguna de estos países». «Ora não se pode ser menos exacto! Colombo impoz, de facto, alguns nomes portugueses ás novas terras descobertas, e tão portuguesas são essas denominações que nem a própria Pontevedra — com os seu famosos documentos! — poderá contestar. «A um porto e a um rio, recendescobertos, deu o grande navegador estes dois nomes inconfundiveis: — Puerto de Santa Maria de Belen e Rio de Belen. «Onde encontra o sr. D. Enrique Turull nomes identicos em Espanha? Não os pode encontrar lá porque são bem portugueses, pois Rio de Belem designa o Rio Tejo em frente de Santa Maria de Belem, que era por esse tempo uma pequena povoação ao ocidente de Lisboa. «Mas ha mais ainda. «Colombo baptisou duas ilhas novas, com o nome de S. Tiago e Santa Maria, respectivamente. Ora S. Tiago é uma das ilhas do arquipelago português de Cabo Verde, e Santa Maria aquela ilha dos Açores a que ele intencionalmente arribou no dia 18 de fevereiro de 1493, regressando já da sua primeira viagem ao ocidente. «Se no século XV havia, em Pontevedra, uma praça chamada La Galéa e uma bahia com o nome do Porto Santo, também na ilha da Madeira — onde Colombo viveu algum tempo — havia a ponta da Galé, e Afonso Baldaia, em 1436, tinha dado nome identico a um cabo que descobrira na costa da Africa; e Porto Santo sugere logo o nome daquela ilha onde o ousado navegador residiu com os seus parentes portugueses da parte de sua mulher, sendo fácil, portanto, determinar porque motivo assim denominou uma enseada de Cuba e um cabo da ilha Trinidad. «Para demonstar ao sr. dr. Turul1 que é menos verdadeira a sua desconforme afirmativa de que ni una sola. vez se le ocurre a Colon imponer a sus descubrimientos un nombre italiano o portugués, o que por lo menos recuerde cosa alguna de estos paises», indicarei alguns, a seguir, onde a homonimia é flagrante. «Vejamos, pois: «A um cabo da ilha Fernandina chamou Cabo Verde, — o cabo Cabo Verde, em África, fôra descoberto pelo português Diniz Fernandes, em 1444. «Puerto de Santa Catalina, em Cuba, — o cabo de Santa Catarina tinha sido o limite das descobertas de Portugal no reinado de D. Afonso V, e havia uma ponta de terra, na ilha da Madeira, com o mesmo nome. «Puerto de Santa Maria, na ilha Espaniola, — porto de identica denominação na ilha do Sal do arquipelago de Cabo Verde. «Isleu Cabra, — ilha das Cabras, na Costa de S. Tomé. «Isla Santa Cruz, — portos de Santa Cruz nas ilhas da Madeira, Graciosa e Flores. «Vale del Paraizo, — foi em Vale do Paraizo, povoação perto de Vila Franca de Xira, que Colombo foi recebido por D. João II, de Portugal, e onde esteve hospedado trez dias, em Março de 1493, quando, vindo de regresso da descoberta do Novo Mundo, arribou a Lisboa, intencionalmente. «Rio del Oro, — o rio do Ouro, no continente africano descoberto de 1436, por Afonso Baldaia, e rio de nome identico na ilha de S. Tomé. «Isla Guadalupe, — costa de Guadalupe, ilha de S. Tomé. «Islas San Christovam, San Miguel, e San Thomás, — das ilhas dos Açores assim denominadas; a ilha de S. Tomé tambem fôra, primitivamente, conhecida por S. Tomás. «Islas de Nuestra Señora de las Nieves, — Santa Maria das Neves, bahia a que chegou Alvaro Fernandes no tempo do infante D. Henrique, e nome dum monte que se avista do mar, na costa ocidental de Portugal, entre o Cabo da Roca e Peniche, muito conhecido dos nossos mareantes que lhe chamam tambem Alto de Manjapão. «Islas San Vicente e Santa Luzia, — ilhas do arquipelago de Cabo Verde. «Cabo Cabrão, — ponta do Bode, na ilha da Madeira. «Rio del Sol, — ribeira da ponta do Sol, na Madeira. «Cabo de S. Vicente, — Cabo de S. Vicente, no extremo ocidental da provincia do Algarve. «E, não cito mais, para me não alongar demasiadamente. «Mas se bem que não creia — como crê o sr. Turull, — que o descobridor da America fosse impondo nomes de igrejas e confrarias ás ilhas que via pela primeira vez — pois denominava-as, certamente, conforme as analogias topograficas de outras terras conhecidas e evocadas das reminescencias das suas viagens anteriores, — no entanto, a mero titulo de curiosidade, pois «sobre simples homonimias no se puede cimentar nada solido en la historia», apontarei algumas coincidencias de denominação, que topei no decurso dos meus trabalhos, entre localidades alentejanas e as novas regiões por ele baptisadas, convindo advertir nesta altura que D. Filipa Moniz — com quem casou — era duma familia oriunda do Alentejo, e que Diogo Gil Moniz — tio materna de D. Filipa — foi reposteiro-mór do infante D. Fernando, senhor de Beja, onde tinha casa. «Á primeira ilha descoberta no Novo Mundo pôz-lhe Colombo o nome San Salvador, — «a comemoracion de Su Alta Magestad al cual maravillosamente todo esta ha dado» — (S. Salvador, paróquia de Beja desde 1306). «Á segunda ilha encontrada chamou Concepcion, (convento da Conceição, fundado em Beja pelo infante D. Fernando, em 1467). e Sr.ª da Conceição, nas proximidades de Colos. «Isla Santa Maria la antigua, (Santa Maria da Feira a mais antiga paróquia de Beja, que foi mesquita de mouros e cujas memórias mais remotas datam de 1282). «Isla de San Juan Bautista, (S. João Baptista, paróquia de Beja desde 1320). «Isla San Thiago, (S. Thiago Maior, paróquia de Beja desde 1329). «Isla San Bartolomeu, San Martinho, Santa Cruz, San Miguel, Santissima Trinidad, Santa Luzia, Santa Margarida, Espírito Santo, Nuestra Señora de las Nieves, (S. Bartolomeu da Serra, S. Martinho das Amoreiras, Santa Cruz, S. Miguel do Pinheiro, Santíssima Trindade, S. Luzia, S. Margarida da Serra, Espírito Santo e Nossa Senhora das Neves, povoações no termo de Beja). «Isla Guadalupe, (Serra do Guadalupe que se avista do castelo de Beja, para o lado de Serpa) e Sr.ª de Guadalupe, perto da Vidigueira. «Islas Juana, Cubanancan, Colba ou Cuba (Vila da Cuba, ao norte de Beja). «Castelo Verde foi a primeira fortaleza fundada por Colombo, na América, (vila de Castro Verde, ao sul de Beja). «Tinha o apelido de Esquivel o primeiro governador da ilha de S. Tiago e, presentemente, há ainda a rua do Esquivel em Beja. «Com respeito á analogia de denominação, a cidade portuguesa Beja e seu districto leva a palma á de Pontevedra, como se vê e constata pelo mapa que adiante publicamos! Se a Galiza apresenta sete nomes identicos, apenas; o Alentejo fica-lhe muito superior neste ponto, sem ser necessário incluir as confrarias… «Diz, também, o ilustre autor do Crisiobal Colon natural de Pontevedra, que Colombo no supo el idioma italiano ni el portugués. «É arriscado, porém, fazer uma afirmação dêste quilate sabendo-se, tanto mais, que viajou e conviveu com portugueses, que casou com uma dama da aristocracia portuguesa, que residiu em Lisboa, na Madeira, em Porto Santo e, talvez, nos Açores, etc. Mas o sr. D. Enrique Turull, para afirmar tal, baseia-se em o famoso nauta ter escrito, no seu Diário de Navegación, esta passagem:

«… en el Catay domina um principe que se llama Gran Kan, que en nuestro romance significa rei de los reis…»

«E, por isto, conclue que o grande Almirante dice que el castellano és su romance, que é como se dissesse que a língua castelhana era a sua própria língua, o seu idioma natal. Ora o Diário, da primeira viagem de Colombo, que chegou até nossos dias; não é o auténtico, o primitivo, o original, pois foi coordenado por Las Casas, que alterna a sua linguagem com a do navegador. O trecho citado e transcrito pelo sr. Turull, como argumento de pêso, vem precisamente no preambulo, e esse preambulo, acrescentado depois, parece mais do coordenador, pelo estilo do que do próprio punho de Colombo ([3]). Mas suponhâmos que foi, de facto, o descobridor da America o auctor dessas linhas; elas nada significam para se poder deduzir e afirmar a sua nacionalidade espanhola porque o grande nauta, mesmo como estrangeiro, ao traduzir a frase duma lingua desconhecida para os reis de Castela — aos quais se dirige no preambulo — podia, muito belamente empregar a expressão nuestro romance tal qual como o alemão Valentim Fernandes, que escrevendo em português ahi por 1506, as suas Chronicas das ilhas do Atlantico — que fazem parte do celebre manuscrito de Munich, de que existe uma cópia na Biblioteca Nacional de Lisboa — empregava periodos como estes;

«Arvores nascem nesta ilha da Madeira de muitas sortes e diferenciadas das nossas delas e delas não». «A sua feição é fóra das nossas arvores». «E esta arvore não tem nenhuma feição das nossas arvores porém se quer parecer acerca como a cerejeira». «Toda esta ilha é cheia de arvores e diferenciadas das nossas salvo figueiras e parreiras que os portugueses lá levarão». «Das outras aves já todas são da arte das nossas terras». «Ovelhas ha nesta ilha tão grandes como de Portugal, e não teem lan se não no papo, e todo outro é cabelinho curto, como cão de nossa terra».

«Mas pelo facto deste estrangeiro, escrever em português, nossa terra poder-se-ha deduzir que ele nascera em Portugal? Não, evidentemente. Logo Colombo podia muito bem escrever nuestro romance — traduzindo assim essa passagem da carta em latim que recebera de Paolo Toscanelli, — sem que por isso quizesse designar a sua nacionalidade espanhola. Alegam tambem, os partidarios da naturalidade galaica do imortal descobridor, que ele, numa das suas cartas dirigidas aos Reis Católicos, escreveu isto: «Llego a un mundo nuevo y bajo un nuevo cielo, y és cosa maravillosa ver las arboledas y frescuras y el agua clarissima y las aves y amenidad que invitan a permanecer contemplando tanta hermosura. Hermosura de la tierra, tan solo comparable con la de la campina en Cordoba, aire embalsamado, puro como el de Abril en Castilla canto del ruisenor como en España, montañas en la Isla Juana (Cuba) que parecen llegar al cielo, copiosos e saludables rios, immensa variedad de arboles de gran elevacion con hojas tan reverdecidas y brillantes, cual suelen estar en España en el mes de Mayo y siete u ocho variedades de palmas, Superiores a las nuestras en su belleza y altura… ([4]) «Ora estas comparações não servem de argumento porque não comprovam — como pretende o sr. dr. Turull que o ousado navegador nasceu em Pontevedra; não palpita nelas o espírito nativo — como tenta insinuar o distinto advogado — mas demonstram apenas, muito simplesmente, a necessidade lógica dos confrontos, pois é bem natural que o estrangeiro Colombo evocasse regiões conhecidas dos monarcas de Castela para lhes pintar a beleza das novas terras descobertas. Ilógico e descabido seria êle referir-se, nos seus descritivos, as regiões portuguesas por onde tinha andado, que a rainha Izabel e o rei Fernando não conheciam. decerto. «O alemao Valentim Fernandes, que já citei, faz comparações identicas, estabelece os mesmos confrontos, não com o calor exuberante e meridional do célebre nauta, concordo, mas sucintamente, lacónicamente, com o ar frio e rápido dum verdadeiro germânico. Referindo-se a ilha da Madeira diz êle na sua Chronica.

«E tem todas as frutas que ha em Portugal afóra cerejas» . «Dos peixes a metade são differenciados dos de Portugal». «Escrevendo em português, e para portuguêses, não seria risível que êste cronista se puzesse a evocar a sua pátria alemã? Ora Cristovam Colombo seguiu a mesma orientação, muito naturalmente. «Mas o descobridor da América, ao referir-se as belezas de Maio e ao canto do rouxinol, designa a Espanha, em absoluto, e nesta comparação pode abranger Portugal, tambem, onde canta o rouxinol e Maio reverdece deslumbrantemente. É muito possivel que até fosse esse o seu fim, que tivesse isso exclusivamente em vista, atendendo a não ter determinado nesse ponta região alguma de àlem-fronteiras, e ter baptisado uma das ilhas descobertas com a significativa denominação de Espaniola. «Os escritores portuguezes, antigos, usavam então muito essa designação exclusiva para indicar toda a peninsula Ibérica. «O cronista-mor Damão de Gois, aludindo a fauna de Sintra, deixou escrito:

«… ha nela muita caça de veados, e outras alimarias, e sobretudo muitos, e muito boas frutas de todo o genero das que em toda Hispanha podem achar…»

«E, referindo-se á chegada de Vasco da Gama a Calecut, por ocasião da sua primeira viagem á India, esclarece melhor:

«… até que forão dar com dous mercadores de Tunez dos quaes hun per nome Monçaíde fallava castelhano, que em o degradado entrando pola porta da casa, conhecendo no trajo que era Hispanhol lhe perguntou de que nação da Hispanha era, e sabendo que portuguez lhe mandou dar de comer…» ([5]).

«Por argumenta supremo, por prova irrefutável, — segundo a opinião do ilustre advogado — há, ainda, os documentos de 1413 a 1529, escritos em galego, onde o apelido de Colon aparece frequentes vezes, que desfralda nas paginas do seu livro como uma bandeira vitoriosa mas… nuns fac-similes tão apagados e tão reduzidos que é impossivel lêr-se alguma coisa!… «Ora se na escritura de 14 de Outubro de 1495, que cita, se fala em «la heredad de Cristobal de Colon — el proprio Almirante, como afirma, — e se tal Cristobal Colon era, de facto, o descobridor do Novo Mundo com propriedades em Pontevedra, como poderia ele declarar-se estrangeiro, em Castela, e escrever em 1498, um documento oficial:

«La dicha ciudade de Genova, de donde yo sali y donde yo naci…»

quando havia muito já que a fama de seu nome enchia o mundo inteiro e… até mesmo a própria Galiza?! «Mas nos documentos de Pontevedra aparece, tambem, o apelido Fonterosa — que o sr. dr. Turull diz ser o da mãe de Colombo. Ora foram os modernos genealogistas italianos que tendo descoberto uma Suzana Fontanarrossa, casada com um tal Domenico Colombo, supuzeram que devia ser a mãe do denodado marinheiro. «E assim, o distinto advogado galego, pretendendo refutar a nacionalidade italiana do descobridor da América, contradizendo-se, vai insensivelmente… seguindo os italianos!» Quando publiquei o que deixo transcrito nos «Trabalhos da Academia de Sciências de Portugal» ainda não tinha sentido a exalação acre da mentira, ainda me não tinha ferido o olfato o bafo nauseabundo da fraude estupenda!… Os famosos documentos de Pontevedra teem uma história nojenta que repugna aos historiógrafos sérios e aos investigadores honestos. O meu presado amigo e consócio da Academia sr. Oscar de Pratt teve a extrema gentileza de me chamar a atenção para o «Informe que presenta a la Real Academia Galega de la Corunha el individuo de numero D. Eladio Oviedo y Arce, sobre el valor de los Documentos Pontevedreses, considerados como fuente del tema Colon Español, propuesto primeramente por D. Celso Garcia de La Riegà, y ahora renovado por sus continuadores», trabalho monumental de crítica, erudição e desassombro, publicado no n.º 122, ano XII, do Boletim da mesma Academia, de 1 de Outubro de 1917. Ainda há galegos honestos, felizmente, e entre eles deverá incluir-se, para o futuro, o saudoso Oviedo y Arce, benemérito da História. Com uma honestidade muito de louvar, o escrupuloso paleógrafo analisou, com a maior atenção e cuidado, os famosos documentos de Pontevedra e, com uma honestidade muito mais de louvar ainda, veio dizer, alto e bom som, com desassombro, com altivez, sem rebuço, que êsses documentos famosos tinham sido falsificados, velhacamente. Pois é verdade, e com náuseas, Garcia de la Riega — que o sr. dr. Arribas e Turull enalteceu na Sociedade de Geografia de Lisboa, como sendo o primeiro investigador do seu paiz — era, simplesmente, um falsario! Nos manuscritos antiquíssimos de Pontevedra ele raspou, modificou, substituiu o que muito bem quiz para dar vulto a sua teoria da naturalidade espanhola de Colombo. Portanto os famosos documentas de Pontevedra são nulos, inúteis, para a soluçao do problema colombino, porque no son colonianos, puesto que han sido falsificados en los passages referentes al tema de aquella teoria y carecen, por lo tanto, de todo valor historico en cuanto fuentes del tema Colon Español, segundo diz Oviedo y Arce. Relativamente as obras de Garcia de La Riega, informa o mesmo auctor: «El libro Colon Español» en que este tema se expone, no és mas que una pobre ficcion, una supercheria, que solo por la dañesca a la cultura regional, merece ser desemuascarada para aviso de los unos y ridiculisada para exemplo de los otros». «La Gallega, nave capitana de Colon, otro libro de Garcia de La Riega con ciertas infulas de original, representa una nueva jaceta de la personalidad literaria de este autor quien pretendiendo tratar su tema, a fuer de investigador sereno, que antepone los documentas a la erudicion libresca resulta, no un cientifico, como pedria creerse, si no un «invencionero». «La Gallega» no és una obra historica; és una ficcion amañada con documentas sospechosos y documentos falsificados». Desmascarada assim a intenção velhaca de Garcia de La Riega por um seu compatriota, perdem todo o interesse documental os famosos documentos de Pontevedra, estragados de resto, pelas alterações e retoques do falsificador que os inutilisou até para a própria historia da sua terra. Perante este fracasso de falsificação da Historia, as pretensões galegas á solução do problema colombino desfizeram-se em terra, pó, cinza e nada… Mas não merece a pena ocuparmo-nos por mais tempo de coisas torpes…

[1] V. Cristobal Colon, natural de Pontevedra, por D. Enrique Maria de Arribas y Turull. Madrid, Imprenta de «La Enseñanza» Ruiz, 33, bajo, 1913. [2] V. Crisbabal Colon y Fonterosa, artigo de D. Celso Garcia de La Riega, publicado em «La Ilustracion Española y Americana» de S. de Janeiro de 1902. [3] V. «Coleccion de los viajes y descubrimientos que hicieran por mar los españoles desde fines del signo XV» por D. Martim Fernandez de Navarrete, vol. 2.º [4] Citação de D. Enrique Turull. V. «Cristobal Colon natural de Pontevedra» pág. 159. [5] «Chronica de el-rey Don Emanuel» primeira parte, cap. XXII e XXXIX; respectivamente.

Emiliano Iglesias

El diputado Emiliano Iglesias llevó a pleno en el congreso los documentos encontrados en Pontevedra el 10 de mayo de 1922.

recogido en el artículo del The New York Times de fecha 12 de mayo de 1922.

Artículo:

spaniards claim columbus

start inquiry to show discoverer

was born in Pontevedra

Madrid. May 11 (assciated press).

an attempt is now being made to prove that christopher columbus was born in spain.

The subject came up for discussion in the spanish congress yesterday afternoon. when deputy Emiliano Iglesias stated that documents and investigations in Pontevedra. Galicia, indicated that the birthplace of the discoverer of America was situated there. He asked taht the Academy of History be directed to send representatives to Pontevedra for an investigation of the authenticity of the documentes and other evidence.

Minister of Jusctice Ordonez y García promised to refer the request to the cabinet.

Traducción:

Demanda de Colón de los Españoles

comienza la investigación para mostrar al descubridor

nació en Pontevedra

Madrid. 11 de mayo (prensa assciated).

Se está haciendo una tentativa para probar que Cristóbal Colón nació en España.

El tema subió a discusión en el congreso español ayer por la tarde. cuando el diputado Emiliano Iglesias se refirió sobre los documentos y las investigaciones en Pontevedra. Galicia, indicada como el lugar de nacimiento del descubridor de América fue situado allí. Él sugirió que ordenen a la academia de historia enviar representantes a Pontevedra para una investigación de la autenticidad de los documentes y de otras pruebas.

El ministro de Jusctice Ordonez y García prometió referir la petición al gabinete.

Descargar Archivo:TheNewYorkTimes14.pdf

Emilia Rodríguez-Solano Pastrana

 

Es autora del estudio en el que se reivindica la autenticidad de los famosos documentos pontevedreses de los siglos XV y XVI, aportados en su día por Don Celso García de la Riega, del que se hace amplio eco la Enciclopedia Gallega.

VENTA DE LA PUNTADA

Por EMILIA RODRÍGUEZ SOLANO

En un trabajo publicado por la Enciclopedia Gallega n.- 115, sobre los documentos de Pontevedra y en defensa de la tesis gallega de Colón, hacíamos alusión a un importante estudio de Sobrino Buhigas sobre los descendientes del Almirante documentados en Pontevedra durante los siglos XVII, XVIII y XIX.

Como muestra de los vínculos que esta familia sostenía con Pontevedra en el siglo XIX, reproducimos un artículo publicado en 1924 por la revista viguesa «Tierra Gallega», en el que se hace referencia a un documento por el que D. Mariano Colón de Toledo, duque de Veragua que figura en el árbol genealógico general con el n.- 64, vende una propiedad situada en Portosamo, y que dice le pertenece por herencia de sus difuntos padres. El artículo es el siguiente:

«IMPORTANTE DESCUBRIMIENTO PARA LA TESIS COLON ESPAÑOL. Con motivo de una relamación judicial que se intenta sobre la propiedad de la finca denominada «La Puntada» t del lugar de Ponosanto en Poyo (Pontevedra), inmediata a la casa situada en el mismo punto, en la que se conjetura que nació Colón, aparecieron dos interesantísimos documentos, uno de los cuales expresa que en 1796 el Señor Duque de Veragua (descendiente de Colón, como se sabe), vendió a F. Troitiño, de la parroquia de Pereira, jurisdición de Montes (Forcarey), la mencionada finca de La Puntada con su casa y renta que en ella se cobraba, declarando el vendedor, o sea el Duque, que tal finca le pertenece por herencia de sus padres.

El otro documento, del año 1811, consigna un arrendamiento de la citada propiedad efectuado por un descendiente de Troitiño a favor del que fue procurador en Pontevedra D, Miguel de Viga, y en el cual hace constar el arrendador que la finca arrendada es procedente del señor Duque de Veragua.

Como se está en camino de nuevas investigaciones no queremos hacer por ahora comentario alguno, sometiendo este importante hallazgo al juicio de las personas interesadas en tan debatido asunto»‘.

Un silencio muy extraño, que se prolongó durante veinte años, siguió a esta importante aportación a la tesis de Colón gallego. Nadie hizo alusión a este documento, ni aún con ocasión de los vivos debates que se entablaron, precisamente por aquellos años, sobre las alteraciones observadas en los llamado «documentos de Pontevedra», Hasta que finalmente, el 12 de Octubre de 1943 se publica en Faro de Vigo un trabajo del abogado pontevedrés D. Felipe Ruza, que entre otras cosas dice:

«Pero yo no quiero ni debo morirme sin dar a conocer en su facsímil un interesante documento que, por motivos profesionales ha estado en mi estudio, y con autorización del que me lo consultó, hice obtener de la fotografía del Sr. Barreiro, de esta ciudad. Y lo publico yo para poder responder bajo mi firma de su exactitud».

Finca de la Puntada – Donde dice la tradición que nació Cristóbal Colón

Pero el diario vigués, no sólo ño publicó el aludido facsímil, sino que, sorprendentemente, lo extravió. Y como el Sr. Ruza no incluyó en su artículo la transcripción del documento, ha vuelto a hacer el silencio alrededor del mismo.

TUvieron que transcurrir dos años hasta que se pudo, por fin, conocer el texto. El hecho tuvo lugar cuando el semanario madrileño EJ Español, con fecha 3 de marzo de 1945, publica un nuevo trabajo de D, Felipe Ruza, en el que comienza refiriéndose al que dos años antes había publicado en Faro de Vígo, haciendo notar que en su inserción no se incluyó el facsímil a que en el mismo se hace referencia, por cuya razón acompaña una transcripción literal del mismo, que recogemos a continuación:

«Hay un sello que dice: Carolus IV D.G. Hispanorum Rex. Sello Quarto. Quanta maravedís. Año de mil ochocientos siete. En Ban-deira, jurisdición de Trasdeza a cinco días del mes de mayo año de mil setecientos noventa y seis, por ante mi escribano y testigos que a lo último irán señalados personalmente, constituidos de una parte el Sr. Duque de Beragua, y dijo que desde hoy día de la fecha, y para iodo tiempo de siempre jamás, por sí y sus herederos, vende y da en renta real perpetua a D. Francisco Troitiño, que también compra y se halla presente, vecino de la fa. de San Bartolomé de Pereira. jurisdición de Montes, que también compra para sí y los suyos y a saber lo que el primero ¡e vende y da en esta dicha venta real y perpetua la heredad llamada puntada, sita en Porto Santo de Poyo, destinada a labradío, viñedo, robleda y piñal, con su casa de cuartos, cocina, bodega, lagar y cuadra confina Norte muro nacientey mediodía ría que la separa poniente muro y arroyo lleba en sembradura ciento diez ferrados poco mas o menos, también le vende el derecho de percibir la renta que en dicha casa se cobra y de todo ello le entrega las escrituras que le constituyen y le pertenecen al Rsmo. Srñor Duque de Beraguapor herencia de sus finados padres iodo lo relacionado vende y da en esta dicha venta real y perpetua a D. Francisco Troitíño con todas sus entradas y salidas, aguas de riego y libre de toda carga real ni otras pendiones en precio de cuarenta y ocho mil reales de vellón que entrega en este acto el comprador al vendedor en presencia de mi Excno. y testigos y la esperada cantidad le otorga recibo y carta de pago lisa y llana de que certifico, como confiesa que la referida heredad no valen más ni menos y que en caso de que haya alguna mayoría hace gracia y donación perpetua e irrebocable todo el que tiene podía haber y tener a lo que lleva vendido y renuncia y transfiere en el o en suyos como mejor le convenga y como autoridad de justicia pueda tomar posesión real y personal y se constituya en precario poseedor y se obliga con su persona y bienes que lo que lleva vendido Le será cierto y el comprador acepta la venta hecha a su favor y para que mejor se emplea dieron todo su poder (hay una palabra ilegible) a la Juscias mes de Seibre, como si por esta carta y lo en ella contenido fue sentencia definitiva a de Juez competente pasada en cosa juzgada y renuncia a todos de sufabor Menrd que les prohibe así lo dicen y otorgan siendo testigos del presente Juan Correira, Roque do Souto y Antonio Bueno y Francisco Ferros, vecinos de esta fra. y de todo certifico yo el Duque, Franco Troitiño ante mí Pedro Antonio Tomé. Todos rubricados», La autenticidad de este documento fue puesta en duda por los enemigos de la tesis pontevcdresa, basándose en un apáreme anacronismo que resulta de una incorrecta lectura de las primeras líneas» en las que dice:

«Sello Quarto. Quanta maravedía. Año de mil ochocientas siete». Y a continuación se inicia el texto del documento:

«En Bandeira, jurisdicción de Trasdeza, a cinco días del mes de Mayo de mil setecientos noventa y seis», Si se lee sólo hasta aquf, el anacronismo es evidente, pero más adelante hay un testimonio que dice:

«Concuerda con su original, y de orden de… y a petición de D. Francisco Troitiño expido la presente en la jurisdición de Trasdeza, a beinte días del mes de Agosto, año de mil ochocientos siete, lo que seguro y firmo y rubrico. En testimonio de la verdad. Antonio de la Torre Dieguez». No se trata, por tanto, de un documento de 1796 extendido en papel con sello de 1807, sino de una copia posterior a cuyo pie se testimonia que concuerda con el original.


XENEALOXIA DE CRISTOBO COLÓN (Xenealoxía dos Colón de Pontevedra, segundo Emilia Gutierrez Solano)
I XERACIÓN

 

– Presunto mercenario alemán orixinario de Colonia. Fixase, presumibelmente, en Pontevedra
II XERACIÓN

– Bartolomeu de Colón, nacido sobre 1390

– Domingos de Colon, O Vello, nado sobre 1390

– Branca de Colón, n. sobre 1390, casou con Afonso de Soutelo

– María de Colón, n. sobre 1390, cs. con Xoan de Viana, O Vello, e con Xoán Ossorio
III XERACIÓN – Domingos de Colón, O Mozo, n. sobre 1420

– Branca de Soutelo, n. 1420, cs. Martín Gotierrez
IV XERACIÓN

– Cristobo de Colón, n. sobre 1440
V XERACIÓN

– Afonso de Colón, n. sobre 1460

– Xoán de Colón, n. sobre 1470

BIBLIOGRAFÍA: Gran Enciclopedia Gallega, T.8, páx.36

El marqués de Morella

Publicamos a continuación un trabajo del marqués de Morella sobre el discutido tema de la nacionalidad colombina. Fundados en la propia declaración de Colón al hacer su institución de mayorazgo. los historiadores creyeron que el descubridor era oriundo de Génova, hasta que Celso García de la Riega pronunció en 1899 su conferencia «Cristóbal Colón, español«. Este autor amplió luego en su libro «Colón, español» (1914) su tesis de que el Almirante era gallego. intervino en la polémica la Real Academia de la Historia, y el académico señor Altolaguirre se inclinó hacia la hipótesis genovesa. En 1922 don Prudencio Otero Sánchez casi agotó las posibilidades de la tesis gallega en su libro «España, patria de Colón». La critica histórica actual tiende a aceptar que el descubridor nació en Genova, apoyándose en las colecciones de documentos publicadas en Italia por Belgrano y otros. También se ha dado a Colón por corso, judío y extremeño. La biografía actual sobre el tema es copiosísima: Sánchez Alonso cita más de 200 títulos. Últimamente, el gran historiador español, ya fallecido, don Antonio Ballesteros, en su biografía de Colón, aceptó el origen italiano del Almirante.
[el 11 de octubre de 1953 en el diario ABC]

Participó en un artículo en la revista «Colón y Galicia» de 1991 con en número 0

 

COLÓN, GENIO ESPAÑOL
SEGURAMENTE no ha existido en el mundo secreto mejor y más tiempo guardado, desafiando la curiosidad de todos los historiadores durante, más de cuatro cientos años, que el que se refiere al nacimiento y progenie de Cristóbal Colón, el Inspirado descubridor del Nuevo Mundo; acontecimiento de singular importancia para España, gesta típica y totalmente española, que festejamos, todos los años en la memorable fecha del 12 de octubre, por haber sido en este mismo día, del año 1492, que las frágiles carabelas del recién nombra Gran Almirante de la Mar Océana tropezó, ésta es la palabra más propia, con la pequeña Isla de Guanahani, del grupo de las Lucayas, a la que rebautizó con el nombre cristiano de “San Salvador», que recuerda el nombre de numerosas parroquias españolas, sobre todo asturianas y gallegas.

Conviene no olvidar este hecho, pues si Colón hubiera, querido simplemente dar gracias a Dios, qua le había salvado de perecer de hambre y sed después de diez semanas de navegación sin esperanza, la hubiera llamado del Salvador y no de San Salvador, advocación poco común en el, resto de España y que no era la mis apropiada al verdadero milagro de que la carabela “Pinta» siempre en vanguardia, tropezara con ella en vez de pasar, sin verlas, entre sus diminutas compañeras. . Durante el larguísimo viaje, primero de los cuatro que realizó el Gran Almirante, suponen algunos historiadores que descontenta la tripulación de la «Santa María» (que personalmente mandaba Colón), exasperados porque los vientos nunca venteaban» hacia España y no podrían volver, intentaron tirar por la horda al improvisado almirante, -‘genovés por mas señas, ya que así aun se le llama, por más que a Genova le disputan la honra de haber mecido la cuna del descubridor de América, nada menos que quince poblaciones, italianas también. Cierta indicio es éste de que ninguna tiene razón, ya que el voto de cada una tiene quince votos en contra. Entonces dicen que intervino el enérgico capitán da la «Pinta», Martín Alonso Pinzón (brazo derecho de Colón en toda la travesía), recomendándole que ahorcara, sencillamente, a tres o cuatro de los revoltosos, y las cosas no pasarían adelante… Y así fue, si es que llegaron a pasar como se cuenta.

De lo que no cabe duda es que durante más de cuatro siglos se ha venido creyendo que los marinos de la Santa María se creían engañados por un novel Almirante genovés, y que los genoveses de hoy están tan creídos de ser paisanos del inmortal marino, que sabido es que Genova festeja, más quizá que nosotros, la memorable fecha del 13 de octubre, y también que los Italianos de Nueva York lograron, convencer al presidente Truman (que no nos quería muy bien) Que allí debía festejarse a «Cristóforo Colombo, descubridor de América y así se hizo, con toda pompa, en su tiempo, y quizá se repita. Pero no solamente los genoveses y el presidente Truman se lo han creído, sino que, aun extrañándose mucho de que un Italiano no supiera hablar ni escribir más que en español (y escribió muchísimo), haya incluso historiadores eminentes, y algunos españoles no me dejarán mentir, que, han caído en la trampa del «genovismo» y que están invadidas las escuelas del mundo entero en que se habla, con elogio en las más y con tinta venenosa en las menos, del “Gran genovés» Cristóbal Colón…, ¡si es que no le llaman Colombo!

¿De dónde ha salido esa fábula, tan difundida por el mundo, tratándose de un personaje tan conocido y celebrado en su tiempo, y cuyo «Diario de Navegación» podría llenar volúmenes enteros en correcto español, can ligeros toques aportuguesados O gallegos, propios del que pasó catorce años y se casó en Portugal, o del que nació en Galicia?

Que tal «percance» le sucediera a un recién nacido genovés, cuyos padres lo trajeran a Castilla, sería posible: pero que un joven que ha pasado los veintitrés años primeros de su vida al parecer tejiendo tranquilamente lana (según los genovistas), se olvide por completo de su lengua nativa y rompa a hablar en castellano castizo al poner el pie en Portugal, es cosa tan inverosímil, que nadie se la he explicado todavía: y, naturalmente, surgen las hipótesis, más o menos razonables: Que se dedica a aprender el español en Portugal porque se estaba poniendo de moda; que debió estar empleando en alguna de las factorías de los navieros genoveses tenían en España; que, cualquier cosa menos confesar que un gran hombre aunque hable español, pueda ser espinal, y mucho menos gallego.

Pues, ¿no es bien sabido que en tiempo de Colón los gallegos eran enemigos de Isabel La Católica, por defender los derechos de Juana «la Beltraneja? ¿No es cierto también que en aquella época no habían expulsado aún los Reyes católicos a los Judíos, que abundaban en Galicia y que si hoy si a ningún cristiano viejo le agradaría tener antecesores judíos, entonces era peligrosísimo que se sospechara siquiera? ¿No era también prudente y hábil pasar por curtido marino de la nación más marinera de la época al pretender alcanzar, de un salto, el grado de almirante? ¿No se había de convenir, al que soñaba con poseer caudales sin fin, el no ser obligado contribuyente de un país en formación y guerra con los moros e infieles, país que quizá necesitara sus dineros, si es que no se los arrebataban los forajidos en sus inseguros caminos y posadas?
¡Razones poderosas tenía, pues, Colón para parecer extranjero oriundo de una nación «poderosa en el mar», como é1 es¬cribía, y que tenia un seguro y tranquila Banco de San Georgío, en que el dinero rentaban el seis por ciento!,..

Pero, ¿es seguro que Colón haya dicho jamás que nació en Génova, como muy a la ligera se le atribuye? ¿No es más cierto que la célebre «Institución de Mayorazgo», en que aparece tal frase, sea apócrifa? Vamos a verlo.

A la hora de la verdad, la víspera de su muerte, ocurrida en Valladolid en 1506, Colón dictaba al notario Pedro de Hinojedo escribano de Cámara de sus Altezas, y le decía; «Cuando partí de España, el año de quinientos e dos, fice una Ordenanza e Mayorazgo de mis bienes, e de lo que me pareció que cumplía al servicio de DIOS eterno e honra mía; que dejé en el Monasterio de las Cuevas, en Sevilla a Frey De Gaspar, etc., etc.».
Pues bien, esta Ordenanza (en la que probablemente colón no se acordó da ha¬ber nacido en Génova) no es conocida. En cambio aparece, medio siglo después de su muerte, por necesidades hereditarias de sus sucesores, otra Ordenanza, de 1498 en la que aparece intercalada en el tupido texto, y que sin venir a cuento, la famosa frase, base inconmovible del «genovismo» de Colón; SIENDO YQ NACIDO EN GÉNOVA… y al final de otro párrafo, en que recomienda a sus herederos que tengan y mantengan casa en Génova (donde acumulo toda su fortuna), añade (o se agregó quizá) esta otra frase «Clave»: PUES QUE DE ELLA SALÍ Y EN ELLA NACÍ, fraseen la que sólo cuatro palabras, las últimas precisamente son las recusables…

Está, ciertamente, muy claro aquí lo del nacimiento en Génova. Pero no se enteraron, sin duda, los herederos del ce¬lebérrimo nauta de que en el misino documento (que permaneció tantos años en sus pecadoras manos) también dice Colón, con entera claridad: «El cual mayorazgo en ninguna manera lo heredere mujer ninguna, Salvo SI «AQuI» O en OTRO CABO Del MUNDO NO SE FA¬LLASE HOMBRE DE «MI LENAJE VERDADERO», QUE SE HOBIESE LLAMADO «Y LLAMASE, EL Y SUS ANTECESORES DE CO¬LON», De Colón; de Colón precisamente y no Colombo!

Tompoco se enteraron esos sus próxi¬mos herederos, empezando por su hijo, don Fernando, acérrimo partidario de que su padre fuera genovés, de que en el mismísimo documento aparece, con el mayor, el «gazapo” siguiente…, que aún está corriendo, invisible para muchos; Re¬comendando Colón que «en ninguna manera se disformase el porvenir, dijo; «Y así mismo lo suplico al Rey y a la Reyna, nuestros Señora, y al PHINCIPE DON JUAN, su PRIMOGÉNITO, NUESTRO SEñor, por el servicio que yo 1es he fecho, que no consientan que se disforme este mi compromiso de mayorazgo», etc, etc.

¡Pero como había de defenderlo el desgraciado príncipe heredero si, llenando de luto a toda España, «había muerto el año anterior a la fecha de este manoseado documento”, la clave del monumental engaño que ha sobrevivido al famoso descubridor durante tantos años!.

¿Es que Colón, fidelísimo súbdito y admirador de los Reyes Católicos, podía ignorar en febrero de 1498, la gran pérdida de estos monarcas, España entera lloraban desde el mes de octubre de 1497, e elevar tantas preces al Cielo en todas las iglesias de nuestro país? No, ¡no es posible! Los que no se dieron cuenta de que un simple cotejo de fechas pudiera anular su engaño fueron los que pretendieron hacer decir a Colon, en solemne documento público, lo que evidentemente no dijo…

Por supuesto, en el inatacable testamento de Colon, el día, víspera de su muerte, el ilustre español no se acuerda para nada de Génova ni de que él se hubiera llamado jamás Colombo, y fueran, por tanto, parientes suyos los Colombos, sólo había, en una relación aparte de que su les abonen a algunos genoveses y lisboetas cantidades que les debía o legaba, “pero sin decirles quien se las mandaba dar”, algunos de los cuales conoció en Lisboa. Lo que no demuestra que el fuera genovés sino que era un cumplido caballero y buen cristiano.

Pero además: aunque Colon hubiera tenido interés en pasar por extranjero y no hubiera proclamado ante notarios, ¿Qué valdría eso esto ante los hechos siguientes, que nadie puede negar?:

Primero. Colón llega a España hablando perfectamente el castellano más puro, a veces con elocuencia y conociendo hasta nuestros refranes y escribiendo a la perfección; mientras que una, sola vez que intentó poner una nota italiana al margen de un libro italiano, solo fue capaz de demostrar que no conocía la “lengua materna”, hablada hasta los veintitrés años, según los genovistas.

Segundo. Colón permaneció catorce años en Lisboa allí se casa, le nace su hijo Diego y trata de convencer inultilmente a don Juan II para que patrocine su gran empresa. Y naturalmente, algo del portugués se le pega, lengua, entonces más que ahora, similar a la gallega.

Tercero, Colón se embarca para lo desconocido, y después de bautizar sus descubrimientos con los nombres de La Isabela, La Juana, La Fernandina, etc., no se le ocurre poner a los muchos que siguieron nombres de su pretendida patria italiana, sino los que sin duda desde su más tierna infancia le eran familiares, los de cabos, islas y accidentes de las bahías de Vigo y Pontevedra; nombres qu, Juntos por lo menos, no se encuentran en parte alguna, y entre otros son: «Punta de la Galea, Punta Lanzada, Isla Pierna, San Salvador, Santa María de la O» patrona de Pontevedra, (en cuyo aniversario celebra gran fiesta y hace tronar el cañón ante las costas de Cuba), van apareciendo en sus mapas y en su «Diario de navegación», según va descubriendo tierras y accidentes, parecidos a los que conoció indudablemente en GALICIA, y para que no quede duda, alguna, vemos en sus expresivas cartas a los Reyes, cada vez que encuentra árboles plantas, peces, ríos o montañas, parecidos o «disconformes» con los que él conocía, les dice machaconamente: «Nuestros» árboles, “nuestras” plantas, «nuestros” peces, etcétera, etc., y no dice «vuestros» árboles. «vuestros» ríos (ni tampoco cita, por su supuesto, los árboles y ríos genoveses). Bien claro está, pues, Qué quien así escribía a unos Reyes españoles, era tan español como ellos.

Dicho sea todo esto con permiso y perdón de nuestros entrañables enemigos dé la «leyenda negra» o simplemente antiespañoles, y de nuestros eminentes y admirados amigos españoles que han caído inocentemente en las espesísimas mallas de la red tan hábilmente tendida por los que can nosotros festejan (y hacen muy bíen la memorable fecha del 12 de octubre) aunque tendenciosamente lo hagan en honor de un «Cristóforo Colombo», que vivió y murió sin haberse enterado de que había descubierto América.

El Marqués de Morella

Eduardo Ibarra Rodríguez

Lo nombra Rafael Calzada: paréceme muy del caso mentar la opinión del doctísimo catedrático de Historia Universal en la Universidad de Zaragoza, el cual, en extensa nota puesta a la relación que hace del descubrimiento de América, en la Historia del Mundo en la Edad Moderna, tomo XXIII, edición monumental del gran diario «La Nación», de Buenos Aires, después de exponer las principales razones que militan en pro de la patria española de colón, termina de esta manera: El origen gallego de colón, va siendo admitido por algunos ilustres historiadores extraneros y por alguna universidad americana; hasta en obras de vulgarización, ha tenido y acabida; y es de esperar que nuevos datos confirmen la hipótesis, o arrojen nueva luz sobre la vida de Colón, explicando los muchos puntos obscuros que hay todavía en ella.

Dctor. Jesús Peynó Piñeiro

El Descubrimiento de América considerado bajo diversos aspectosPor J. Peynó

Las hondas convulsiones internas que agi¬tan a muchos países hispanoamericanos, no ha sido óbice para que este año, como los ante¬riores, se conmemorase con toda esplendidez la gloriosa efemérides del acontecimiento más grande de la Historia de la Humanidad des¬pués del nacimiento del Hijo de Dios. (Pero en Cuba esta efemérides de afirmación de la confraternidad hispanoamericana ha re¬vestido mayores proporcione que otras veces, sellándose con brillantes ac os culturales, re¬ligiosos, sociales y militares, en cuya organi¬zación tomaron parte entusiasta la Sociedad Colombista Pan-Americana, la Orden de los Caballeros de Colón, el Lyceum y el Ejército con asistencia del Cuerpo Diplomático. CULTURA GALLEGA no puede tampoco pasar en silencio el ‘gran suc del Descubri¬miento de América, consider o bajo di¬versos aspectos a cual más interesantes. Pue¬de afirmarse enfáticamente que España pro¬dujo una múltiple evolución, de caracteres tan trascendentales como variados. En la esfera mercantil, el descubrimiento marcó el paso del centro de la actividad de los puertos del Mediterráneo a los del Atlán¬tico. Hizo, más intenso y extenso el intercam¬bio. Imprimió enorme impulso a la navegación. El feudalismo, ya herido por las consecuen¬cias económicas de las cruzadas, experimentó, como resultada del acrecentamiento de los me¬dios de cambio, la depreciación de las rentas territoriales. Surgieron, con mayores bríos, las clases industrial y comercial. En el orden científico, señaló la derrota de quienes negaban la redondez de la tierra. Con¬tribuyó con el andar del tiempo al arraigo de la combatida teoría de Copérnico, demostran¬do el doble movimiento de los planetas sobre sí mismos y alrededor del sol. Más tarde Ga-lileo confirmó las teorías de Copérnico y pro¬clamó que el sol, y no la tierra, era el eje del mundo planetario y que giraba la tierra en torno de aquél como los demás planetas que reflejan la luz, confirmación que a poco le cuesta la vida. Desde el punto de vista patriótico, de un patriotismo sano, grande, elevado, puede Es¬paña enorgullecerse en esta efemérides de ha- ber impulsado todo un continente a la vida de la civilización. Sin olvidar a los valerosos marinos del norte que en 687 encontraron la Islandia y colonizaron en 985 la Groelandia, ni los descubrimientos geográficos hechos por el príncipe portugués Enrique el Navegante y otros intrépidos viajeros medioevales, lo cierto es que a España corresponde el honor, íntegro, de un descubrimiento efectuado en tres pequeñas naves que hoy consideraríamos absurdas para tamaña • empresa: la Santa Ma¬ría (nave capitana de Colón en su primer via¬je, llamada también «La Gallega»), la Pinta y la Niña. De esas tres naves, sólo la capitana estaba completamente cubierta por un puente. Su to¬nelaje ha sido estimado por unos en 280 tone¬ladas; por otros en 200. La Pinta y la Niña, de tipo bajo y ligero, llamadas «carabelas», se supone que contaban 140 y 100 toneladas, respectivamente. T en esos tres1 remedos de bu¬ques, surcó la expedición hispánica la inmen¬sidad del Océano; y tras mil accidentes se en¬contraron los temerarios navegantes, en la ma¬ñana del 12 de Octubre de 14£ , cerca de la pequeña isla de coral de las Bahamas, llamada por los naturales Ganahaní y a la aual bau¬tizó Colón con el nombre de San Salvador, en recuerdo de la alegre villa de Pontevedra don¬de, según pruebas documentadas de La Rie¬ga, Otero, Gorostola, Rodríguez, Zas, Marcóte y otros muchos autores colonianos, había naci¬do el Almirante. He- ahí una de las imborrables efemérides históricas, uno de los mayores galardones de nuestra España, uno de esos recuerdos peren¬nes que vivirán por toda la eternidad. En esta efemérides, el orbe entero invoca la homérica proeza. Y todas las: naciones americanas que se expresan en el idioma español, conmemoran su advenimiento a la ‘vida universal. Soberanos, independientes, libres — con alguna dolorosa excepción—esos pueblos dirigen su mirada a la madre de todos ellos, hoy desangrada y devastada por feroz lucha fratricida, palpitan¬do al unísono los corazones hispánicos de aquende y allende los mares; y tanto los que hemos nacido en el viejo mundo, como los que han nacido en el continente nuevo, nos abraza¬mos espiritualmente y, con los ojos puestos en la progenitora- común, exclamamos: ¡Salud, hermanos!